O arquiteto João Batista Vilanova Artigas não apenas deixou prédios marcantes em Londrina, mas também foi fundamental para moldar a própria identidade da cidade. Em um período em que Londrina era uma cidade incipiente, com cerca de 30 mil habitantes e sem uma identidade estabelecida , a vinda de Artigas e a construção de suas obras sinalizaram uma visão de futuro por parte das lideranças políticas da época.
O jornalista e documentarista Luciano Pascoal, que produziu um documentário sobre Artigas em Londrina, ressalta que a arquitetura do modernista não era só decoração, mas um convite à população para vivenciar a obra. Essa filosofia se manifesta em bens culturais tombados de Londrina:
- Casa da Criança (atual Secretaria de Cultura): Projetada para ser uma creche, o prédio inaugurado em 1955 já contava com rampas de acessibilidade , demonstrando uma visão inovadora e socialmente engajada sobre o tratamento do ser humano, especialmente as crianças.
- Cine Teatro Ouro Verde: O prédio se abre para o calçadão e convida as pessoas a ocupar seus espaços e rampas.
- Antiga Rodoviária (hoje Museu de Arte): Símbolo fundamental para uma cidade em crescimento, Artigas a projetou para ser acolhedora e receber os migrantes e trabalhadores, a nova população que chegava a Londrina.
A obra de Artigas, que também planejou um grande hospital e um complexo esportivo na cidade , é considerada central para o desenvolvimento e a identidade que Londrina conquistou.
Fontes: Secretaria Municipal de Cultura de Londrina – Diretoria de Patrimônio Cultural / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / EduCriativa.