Aos 90 anos, Londrina já consolidou um acervo significativo de bens culturais protegidos por instrumentos legais de preservação, reconhecimentos que transcendem o valor arquitetônico e passam a integrar a paisagem simbólica e afetiva da cidade. Entre o que se convencionou chamar de patrimônio tombado (material) ou listado (imaterial), a cidade começa a construir um mapa possível de si mesma.
O roteiro formado por esses marcos não é abstrato: ele cruza ruas, edifícios, memórias e usos cotidianos do centro urbano. A quem percorre a cidade a pé, o circuito se delineia com nitidez. Começa no antigo Fórum, hoje Biblioteca Pública, faz a volta na quadra para passar pela Casa da Criança (atual sede da Secretaria de Cultura), segue em direção ao Cine Teatro Universitário Ouro Verde, continua até alcançar a antiga rodoviária, hoje Museu de Arte de Londrina, e avança para terminar o trajeto no Palacete da Família Garcia, na esquina entre a Higienópolis e a Tupi.
Tombados em diferentes instâncias (municipal, estadual e federal), esses bens de Londrina não existem isoladamente; eles estão integrados à dinâmica e à paisagem urbana da cidade. O conjunto desses marcos forma um roteiro geográfico no centro, levando o público a circular e interagir com outras referências ao redor, como o Calçadão da avenida Paraná, a Catedral Metropolitana, o Bosque Municipal, a Concha Acústica, a rua Sergipe, entre outras referências.
Além dos cinco bens materiais tombados já mencionados, Londrina possui também dois bens imateriais listados: a expressão “Pé Vermelho”, incorporada com orgulho ao imaginário coletivo, e a Orquestra Sinfônica da UEL (OSUEL), símbolo de uma produção cultural pública e persistente.
Mais que marcos, esses bens são escolhas coletivas. O tombamento, enquanto instrumento, mais que um gesto técnico, é um pacto com a memória. No caso de Londrina, os bens tombados continuam muito vivos e servem como grandes referências para qualquer cidadão que circula pela cidade. O documentário que está sendo produzido pela EduCriativa sobre os bens tombados e listados de Londrina busca justamente trazer novas perspectivas e reflexões sobre como esse passado influencia o presente e o futuro da cidade. O filme tem previsão de lançamento para o final de 2025. O projeto “Patrimônio Cultural Londrinense: bens tombados,ítens listados e os instrumentos de proteção do patrimônio histórico cultural de Londrina” foi selecionado em edital lançado pela Secretaria de Cultura de Londrina com recursos da Lei Paulo Gustavo.
Fontes: Secretaria Municipal de Cultura de Londrina – Diretoria de Patrimônio Cultural / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / EduCriativa.





